Cultura Asiática
Num mercado inequívoca e incontornavelmente globalizado, negociar com os paises Asiáticos (prática cada vez mais corrente!) afigura-se-nos ainda como um processo envolvido por um misto de atração, provocada pelo mistério, e repulsa, provocada pelo desconhecimento. Conhecer um pouco de geografia e história, bem como os principais movimentos religiosos e filosóficos serão, certamente, aspectos que ajudarão.
Do ponto de vista protocolar destaco, de forma naturalmente breve, algumas regras de ouro:
- Ser humilde – mostre a sua força não a demonstrando! O poderoso age com simplicidade, aquele que revela um excesso de poder ou arrogância parecerá fraco aos olhos de um asiático. E nunca se enfureça ou demonstre raiva ou cólera publicamente.
- Saber escutar – num meio desconhecido, talvez até hostil, escutar e observar atentamente permitirá reconhecer os sinais emitidos e compreender as mensagens verbais e não-verbais.
- Identificar e utilizar a rede de contactos – é muito importante utilizar um intemediário para fazer passar uma informação e é preferivel ter uma rede de contactos limitada mas de confiança do que o contrário (o famoso conceito de “Guanxi” para os Chineses).
- Ser pedagogo – é fundamental saber transmitir quem somos e a razão pela qual agimos e, nalguns casos de elevado estatuto profissional, é aconselhável ser-se apresentado por uma terceira pessoa. As relações pessoais devem construir-se lenta mas consolidadamente e a confiança é o pilar básico.
Algumas características do processo de negociação na China:
- Uma sólida “network” é fundamental.
- Verifica-se a existência de uma grande deferência face aos superiores e à hierarquia em geral. Presta-se grande atenção às atitudes, às palavras proferidas e aos sorrisos na presença de pessoas de maior estatuto. Na China os executivos juniores manter-se-ão provavelmente em silêncio na presença dos séniores.
- O poder ganhará em qualquer discussão.
- A posição do “Chairman” será o garante da visão estratégica e do planeamento.
- O conceito de “Guanxi” é transversal.
- Manter boas relações com as entidades governamentais é fundamental.
- De uma forma geral, os Chineses são produtores mais do que criativos.
Notas sobre o conceito de hierarquia na China:
- A sociedade ainda revela traços de autocracia.
- O tipo de gestão é “top-down”.
- O processo de tomada de decisão é individual e não colectivo.
- Dos subordinados espera-se a natural submissão e uma relativa passividade. Estes partem do princípio que o líder considerou todos os aspectos, pelo que aceitam esta forma de relacionamento profissional.
- Os valores predominantes são o respeito, a autoridade, o conformismo e a submissão hierárquica.
Voltarei, em breve, a este tema (do qual gosto imenso!).
Cristina Fernandes
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